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sábado, 15 de março de 2014

Policial morto no Rio morou na rua e fez bicos para ajudar a mãe

De família humilde, sem contato com o pai, Leidson Acácio Alves Silva saiu de casa, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, aos 13 anos em busca de trabalho para ajudar a mãe e os irmãos. Vivendo de trabalhos temporários, morou na rua até os 16 anos. “Ele fazia todos os tipos de bico para sustentar a família”, contou o cunhado do aspirante a tenente, João Pedro Machado, 20, soldado da Marinha.


Segundo Machado, Silva fez bicos como borracheiro, camelô, pedreiro e em operações da lei seca, colando adesivos e conduzindo caminhões. 

O aspirante a tenente, que era subcomandante da UPP da favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, no Rio, foi enterrado nesta sexta-feira (14) com honras militares. Ele foi morto quando patrulhava as ruas da favela com nove subordinados.

Os policiais foram cercados por cerca de 20 criminosos. Silva levou um tiro no rosto. A polícia investiga se foi uma emboscada. 

Aos 16 anos, Leidson Alves Silva se aproximou da Igreja Evangélica Quadrangular de Miguel Couto, em Nova Iguaçu, onde conheceu a mulher Jaqueline de Oliveira, 25. Amigos lembram que o policial tinha o sonho de seguir carreira política e dizia que queria se estabilizar financeiramente para então ter filhos. 

“Mas foi na operação lei seca, quando ele acompanhou o trabalho de policiais militares, que decidiu fazer o concurso para entrar na corporação. Estudou, fez a prova e passou”, contou o cunhado. “A igreja o incentivou a acreditar nos sonhos e a começar uma nova vida”, disse a amiga Nina Carril. 

“Leidson era um rapaz muito politizado, ideológico. Queria entrar para a política”, contou o vereador Joel Rodrigues (PSC). O vereador acompanhou o enterro junto com o filho PM, colega de turma do aspirante a tenente. Muito abaladas, a mulher e a mãe do subcomandante não quiseram dar entrevistas.

Correio da Bahia 

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