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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Bope estreia farda verde camuflada em substituição à preta


Novo uniforme dá mais proteção a policiais e responde a migração de traficantes para área de matas

Os policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) estrearam nesta segunda-feira a nova farda verde camuflada que passarão a usar como uniforme principal da unidade, em substituição à conhecida farda preta. A primeira operação dos “caveiras” com a nova vestimenta foi na Praça Seca (zona oeste), esta manhã, em uma ação do Comando de Operações Especiais (COE). ÉPOCA mostrou no fim de 2013 o projeto do Bope de trocar sua farda tradicional.



Os policiais militares do Bope, Batalhão de Choque, BAC (Batalhão de Ações com Cães) e GAM (Grupamento Aeromóvel) atuaram em conjunto desde o início da madrugada desta segunda-feira (22) nas comunidades da Covanca e São José Operário, na Praça Seca. Houve intensos tiroteios entre PMs e traficantes locais na mata. Foram apreendidos seis fuzis, quatro granadas, 21 carregadores de fuzil, munições e grande quantidade de drogas, ainda não contabilizadas.



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O uso da farda verde com camuflado digitalizado (com estampa formada por pequenos pixels quadrados onde o verde se sobrepõe ao marrom e ao preto) foi adotado pela primeira vez nesta segunda-feira justamente porque a região de favelas é cercada por muita floresta, onde foram encontrados acampamentos de criminosos.



A roupa escura é um dos principais símbolos da mística e da identidade do Bope, cujos soldados são conhecidos como “homens de preto”. Porém estudos da Polícia Militar demonstraram que, na prática, a cor acaba expondo seus integrantes na maioria dos terrenos e dificulta a camuflagem, diminuindo o efeito-surpresa e comprometendo a segurança dos policiais em ação. Além disso, o preto acumula mais calor e provoca desidratação dos soldados em operações mais longas, sob o sol carioca. “A cor preta se contrasta facilmente com qualquer cor à exceção dela mesma. O policial fardado de preto pode ser plotado [localizado] à distância, tornando-se um alvo fácil no ambiente operacional”, apontou estudo técnico de 2009 que embasou a decisão.



O novo uniforme foi encomendado especialmente pelo Bope e é feito de um tecido moderno, resistente, mais leve e fresco que o antigo. O primeiro estoque com 930 fardas é do modelo “floresta”, semelhante ao usado pelos fuzileiros navais dos Estados Unidos, e custou R$ 283.600 – R$ 305 por conjunto de gandola (camisa militar) e calças.



A nova farda permite uma camuflagem muito mais eficiente tanto em ambientes urbanos quanto em áreas de mata, como a da Praça Seca, onde os policiais operaram nesta segunda-feira. O preto não vai desaparecer, mas, em médio prazo deve ficar restrito ao Grupo de Resgate e Retomada (GRR), e eventuais operações noturnas. O emprego da cor negra tem efeito psicológico sobre o inimigo em alguns tipos de ação, como invasões táticas, resgate de reféns ou ação antiterror.



A mudança é também provocada pela intensificação da presença de criminosos em áreas de matas ao redor de favelas, caso da Praça Seca. Parte se deve à migração de traficantes de UPPs para florestas, onde acampam e escondem armas e drogas. “A dinâmica do tráfico se modificou, e a mudança do uniforme é uma das maneiras de minimizar esse fator”, disse a ÉPOCA o subcomandante administrativo do Bope, major Maurílio Nunes. A alteração do uniforme também virá acompanhada de maior ênfase no treinamento da unidade em operações na mata e em áreas rurais.

G1

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