Após as denúncias de que PMs são investigados por abusos, torturas e também homicídios na cidade de Rio Real, o município terá o policiamento reforçado - por PMs.
Um total de 18 policiais militares lotados numa Companhia de Policiamento Especializado (Cipe) não especificada e no Esquadrão Águia de Feira de Santana será deslocado para Rio Real, que fica na divisa com Sergipe.
Um total de 18 policiais militares lotados numa Companhia de Policiamento Especializado (Cipe) não especificada e no Esquadrão Águia de Feira de Santana será deslocado para Rio Real, que fica na divisa com Sergipe.
A informação é do próprio comandante-geral da PM, Alfredo Castro, que ontem esteve em Rio Real em um encontro com autoridades da cidade. Até o final dessa semana, garante Castro, os policiais já estarão atuando no município.
Eles ficarão lotados na 6ª Companhia Independente da PM, comandada pelo major Florisvaldo Ribeiro, acusado de ser conivente e até de participar dos abusos. “Será um policiamento ostensivo com policiais fardados, que circularão também por cidades vizinhas”, afirmou o comandante-geral, que se disse satisfeito com a audiência. “Viemos aqui para dizer à sociedade que vamos trabalhar para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível”, afirmou Alfredo Castro.
O juiz da comarca de Rio Real, Josemar Dias, ficou dividido em relação à chegada de mais PMs. “A companhia estava com déficit de homens, logo, seria bom. A questão é a filosofia de trabalho e a relação com a população”.
Sobre as investigações referentes à atuação de grupos de extermínio, espancamentos e abordagens violentas na cidade, o comandante-geral da PM não quis adiantar nenhum detalhe. “Por lei, são 30 dias para o comando se manifestar. Estamos ouvindo várias pessoas. Encontramos gente elogiando o trabalho do comandante (Ribeiro), como encontramos quem falasse o contrário, conforme a denúncia de vocês”, declarou.
O coronel Alfredo Castro disse ainda que a segurança será reforçada em Jandaíra, cidade vizinha a Rio Real que também estaria sofrendo com grupos de extermínio.
Reclamação - O juiz Josemar Dias, que esteve no encontro de ontem, questionou a maneira como a audiência foi conduzida. “Tinha autoridades, gente da comunidade e, veja só, uma extensa plateia de policiais. Quem vai abrir a boca para dizer alguma coisa?”, indagou o juiz.
“Não faltou gente para defender os PMs, inclusive um representante da Associação de Praças. Com apenas um dia na cidade, ele disse ter percebido que a imagem da PM em Rio Real é boa. Imagine, com um dia aqui”, ironizou Dias.
O magistrado diz que até se surpreendeu com um rapaz que pediu a palavra. “Ele abriu o verbo. Tudo exatamente como a população sempre me relatou e eu denunciei ao Ministério Público (MP)”, afirmou o juiz. “A única coisa que eles admitem é a extorsão do comércio por um grupo de PMs”.
Carro preto - Na reunião, o rapaz citado pelo juiz falou sobre o carro preto que seria utilizado por policiais à paisana para promover invasões a residências, espancamentos e mortes. “O carro preto agora deu uma parada. Depois das denúncias do Correio, a coisa deu uma tranquilizada”, afirmou o presidente da Câmara de Vereadores do município, Cleriston Barbosa, o Kekeu, presente na reunião.
Kekeu, o juiz Dias e o prefeito Orlando de Almeida assinaram o documento enviado ao MP que deu origem às investigações após reportagem publicada na quinta-feira passada.
No documento, eles pedem providências ante os “comportamentos abusivos” relatados em depoimentos formais e informais contra o major Ribeiro e sua tropa. O major Florisvaldo Ribeiro tem evitado comentar o assunto. (Informações do Correio).
Kekeu, o juiz Dias e o prefeito Orlando de Almeida assinaram o documento enviado ao MP que deu origem às investigações após reportagem publicada na quinta-feira passada.
No documento, eles pedem providências ante os “comportamentos abusivos” relatados em depoimentos formais e informais contra o major Ribeiro e sua tropa. O major Florisvaldo Ribeiro tem evitado comentar o assunto. (Informações do Correio).
Interior da Bahia
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