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domingo, 24 de novembro de 2013

Corregedor da PM vai a Rio Real ouvir acusados de tortura e homicídios

O corregedor-adjunto da Polícia Militar, tenente-coronel Manoel Amâncio Souza Neto, se deslocou, ontem, até a cidade de Rio Real, a 202 quilômetros de Salvador, para ouvir os envolvidos em crimes de tortura, homicídios e tentativa de homicídio praticados na cidade. A visita ao município foi decidida após denúncias do juiz Josemar Dias, publicadas com exclusividade no CORREIO.


Anteontem, ele foi ouvido no Tribunal de Justiça, em Salvador, e esclareceu os detalhes sobre o assunto. O juiz contou que tem recebido telefonemas de apoio dos moradores de Rio Real e afirmou que o risco de vida faz parte da rotina de trabalho. “Não é fácil ficar separado das pessoas que você ama. Nesses momentos, pensamos na morte e no que estamos deixando para nossos familiares, mas esse risco faz parte da minha profissão. Tenho recebido apoio da população da cidade e sei que estou fazendo o que é certo”, afirmou.

O juiz trabalha há nove anos no município e, na última semana, tirou de Rio Real a mulher e os filhos. O Tribunal de Justiça ainda analisa a necessidade de escolta para o magistrado. Ontem, ele rebateu o comandante da 6ª CIPM (Rio Real), major Florisvaldo Ribeiro, que disse em depoimento, na Corregedoria da PM, que o juiz Josemar Dias o procurou, em maio, para pedir ajuda depois de ser ameaçado por um detento.

Segundo o juiz, o procedimento adotado foi o de praxe. “Não procurei o comandante, procurei a Polícia Militar na figura dele. Assim como procurei também o Ministério Público, o delegado e o Tribunal de Justiça, tenho cópia dos ofícios que encaminhei. Se houvesse outro comandante no cargo, ele seria procurado”, disse.

A Associação de Oficiais da Polícia Militar do Estado da Bahia (AOPMBA), por meio de nota, negou as acusações feitas aos policiais da 6ª CIPM. “A atuação da PM em Rio Real sempre foi pautada nas normas legais e institucionais da corporação, não existindo qualquer ato que fuja a estes preceitos”.

A AOPMBA lembrou que o policial militar Marcus Vinicius Pereira Bastos, investigado por crimes de tortura, não atua mais na 6ª CIPM e que um pedido de investigação feito pelo MP havia sido rechaçado pelo juiz Josemar Dias. Além de Marcos, ao menos outros nove policiais são suspeitos de ter praticado crimes de tortura, assassinato e tentativa de homicídio.

Correio da Bahia

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