“Ele está desesperado. Chorou bastante. Disse que não está aguentando mais, não tem com quem conversar e o que fazer o dia inteiro. Não entende porque estão fazendo isso com ele. Inclusive implorou que eu o visitasse duas vezes ao dia para poder desabafar”, afirmou Mascarenhas.
De acordo com o advogado, Prisco pede que o apelo seja transmitido não enquanto coordenador-geral da Associação, Policiais, Bombeiros e seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), mas enquanto ser social que depende da convivência com outras pessoas para a saúde mental.
“Tememos que ele entre em colapso psicológico ou o estresse potencialize problemas de saúde que ele já tem, como o de coração, por exemplo. Já pensou o que acontece com a cabeça do indivíduo se um dia acordar e descobrir que não tem mais ninguém ao seu redor?”, questionou Mascarenhas.
Prisco se encontra em cela individual e toma banho de sol sozinho. Ele foi afastado dos demais presos por ser militar e a direção do presídio entende que ele corre risco de sofrer violência.
PRISÃO - o vereador teve o veículo que conduzia interceptado por policiais federais na manhã sexta-feira quando levava a família e um casal de amigos para passar o feriado de Semana Santa em um resort na Costa do Sauípe, Litoral Norte.
Após a prisão, Prisco foi levado para a Base Aérea de Salvador onde embarcou para Brasília. Lá, ele segue cumprindo o período de prisão preventiva válido por 90 dias no presídio federal de segurança máxima da Papuda.
Desde a prisão, os advogados tentam conseguir a liberdade de Prisco por meio de um habeas corpus apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STP). Eles aguardam a apreciação do pedido. Prisco foi preso por crimes que teria cometido durante a greve da PM da Bahia em 2012.
De acordo com relatório do Ministério Público Federal (MPF), o líder grevista promoveu desordem e representa perigo para a segurança nacional. Na terça-feira (22), membros da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Salvador avaliaram a situação política do vereador e decidiram mantê-lo no posto que foi eleito em 2012.
A greve da PM baiana em 2014 durou 42h e deixou o saldo de 60 mortes em Salvador e cidades da região metropolitana. Em 2012 foram 13 dias de paralisação com 177 assassinatos no período. A expectativa da defesa é que antes do fim de semana o STF avalie a situação de Prisco e decida pela soltura.
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