O uso do uniforme é tão antigo quanto os exércitos e a sua existência tem um significado que não se alcança sem uma profunda reflexão acerca de sua simbologia e de sua força. Para alguns pode até parecer a mera indumentária que iguala, padroniza e engessa. Para aqueles, entretanto, que envergam-no como se a alma cobrissem, é eterno santuário pelo qual vale a pena arriscar a vida, doar-se a um ideal, a um ofício.
Inicialmente utilizado para o rápido reconhecimento daqueles com quem se combatia, permitindo assim um reagrupamento eficiente dos guerreiros durante os combates, o uniforme vem se consolidando ao longo da história como instrumento de padronização da tropa, garantidor da hierarquia e da disciplina que organiza as instituições militares. O uniforme é um símbolo que reflete o valor e a tradição daquelas instituições, é força que alavanca a autoestima do militar, representando a mística e o ideal daqueles que vivem e morrem para salvaguardar vidas. Tem a função, ainda que visual, da armadura dos cavaleiros medievais, protegendo e identificando, de modo que não se pode negar uma sublime mudança na postura e no olhar, tão logo se vista o indumento.
Serve também como instrumento de táticas militares, camuflando, protegendo e distribuindo o sentimento de paz, imposta pela simbologia da força. Para o serviço policial-militar especificamente, a farda tem papel vital no cumprimento da missão constitucional de promover o policiamento ostensivo, inibindo o desvio e gerando o sentimento de segurança que nos sustenta a ordem e o progresso.
A vestimenta militar exprime o ideal de igualdade, no qual todos são nivelados, independentemente de origem e condição, ao tempo que carrega, nos seus detalhes, os graus hierárquicos que organiza as forças militares, na forma de luvas, platinas e divisas.
Este momento marca os primeiros passos para assunção de uma missão constitucional, ocasião na qual os recém chegados Alunos Oficiais receberão as luvas de primeiro ano e passarão a envergar o 8º uniforme da Polícia Militar da Bahia.
As luvas de Alunos Oficiais representam a formação do futuro Oficial de Polícia Militar, sendo identificadora e diferenciadora dos três anos de formação. Cada ano é simbolizado por uma densa barra douradaposta ao lado do brasão da Academia de Polícia Militar do Estado da Bahia que vão se agregando até formarem as três barras que correspondem ao terceiro e último ano de curso. A cada ano as responsabilidades aumentam, a cada passo um Oficial se forja sob a égide do valor, da moral e do respeito.
Para aqueles oriundos do círculo de praças, este momento assinala a mudança das atribuições. O uso das luvas de Alunos Oficiais se seguirá do Oficialato, do poder e da responsabilidade de comandar pessoas que tem o dever institucional de proteger outras pessoas. Lembrem-se de que, quanto mais se ascende, mais pessoas passam a depender de suas decisões.
Aos originados do mundo civil, necessário se faz, portanto, esclarecer que envergar um uniforme policial-militar, que sentir o peso da luva sobre os ombros,significa assumir as responsabilidades inerentes às atividades do profissional de segurança pública, representa a aceitação do sacerdócio que é ser policial, a abnegação pessoal com o risco da vida na busca incessante de servir e proteger.
O momento é de amadurecimento, de reflexão contínua sobre a mudança que vem ancorada pela preparação e pelo estudo e que será coroada com a ascensão ao Oficialato. Como bem disse o general Otávio Costa, "a farda não é uma vestimenta que se despe, mas uma segunda pele que adere definitivamente à alma...", afinal, ser Policial Militar é sentir-se fardado n’alma, é ser digno de utilizar um uniforme, é honrar a cada minuto a oportunidade de servir! Sigamos, portanto, firmes e vibrantes na divina missão que nos foi confiada! A cada passo uma glória, a cada glória a manutenção do decoro!
Al Of PM Bomfim, n. 55, 3º CFOPM “C”
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