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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Condicionamento: Uso de cinto de segurança por policial

TODOS SABEM QUE NENHUM POLICIAL UTILIZA CINTO DE SEGURANÇA NA VIATURA POLICIAL, e, MUITO MENOS NO SEU VEÍCULO PARTICULAR (embora esteja previsto como infração de trânsito no CTB, em seu Art. 167 - Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança, como também esteja previsto no art. 65). Mas então, qual o motivo dos policiais não utilizarem o cinto já que é previsto em lei e é um equipamento de segurança?



Quando o policial está DE SERVIÇO na viatura utiliza os seguintes argumentos:
Espaço interno insuficiente para o policial se movimentar, principalmente com equipamentos (colete balístico e armamentos/equipamentos/acessórios), o que dificulta uma ação/reação mais rápida, principalmente quanto ao embarque/desembarque da viatura (principalmente em caso de emboscada, tiroteio). O cinto de guarnição em conjunto com o colete balístico DIFICULTA ainda mais os riscos e a velocidade do saque da arma.

Em São Paulo, o CAP PMESP DE JESUS, está desenvolvendo um cinto de segurança mais adequado ao serviço policial. Onde o dispositivo é liberado quando o policial aciona a TRAVA DE LIBERAÇÃO DA PORTA. Desta forma, não temos alguns dos inconvenientes já relatados acima. Mas, ainda está em fase de estudos.

Vamos ver na prática com condicionamento:

Já tratei deste tema aqui anteriormente, e mostrei que diferentemente de outros países, as polícias do Brasil não possuem veículo adaptado ao policiamento. São carros de passeio IMPROVISADOS, ENFEITADOS de carro de polícia! As viaturas apresentam a MESMA motorização dos carros particulares, mesma suspensão, ausência de porta equipamentos (cabo da vida, armamento, tonfa/bastão, munição, granadas/agentes químicos, cones de sinalização e etc). Trava elétrica nas portas e vidros elétricos (auxiliaria imensamente na hora de desembarcarmos da viatura durante ocorrências, já que pouparia tempo ao motorista e patrulheiros na hora de fechar a viatura).

Sensor de ré e câmera (não é mais luxo, EVITARIA MUITOS ACIDENTES durante as manobras de ré). Embora a atividade policial seja muito complexa e não termos condições de atender todas as demandas, nem mesmo levar todos os equipamentos necessários, acredito que estes sejam os itens mais BÁSICOS e INDISPENSÁVEIS!. Todas as viaturas do país deveriam adotar estes equipamentos como ITENS DE SÉRIE nos contratos de licitação. Estranhamente, as viaturas atuais não tem isso e custam mais do que o DOBRO do preço em relação aos carros particulares, MESMO só possuindo uma pintura, presídio, giroflex (highlight) e rádio comunicador. Isso é um ABSURDO! Por que que até hoje não foram aprovadas normas técnicas para aquisição de viaturas pelas forças policiais no Brasil? Cadê os nossos parlamentares?

Com referência a utilização do cinto no carro particular, os policiais utilizam a MESMA desculpa e ainda acrescentam: Que pelo fato do carro já ser conhecido na área (já que o mesmo vai de carro para o trabalho ou mesmo, circula com o referido carro na rua), que pode vir a sofrer emboscada (principalmente nas paradas dos semáforos, no meio da rua e etc) e estando com o cinto, o mesmo poderá ter sua ação/reação dificultada pelo uso do cinto de segurança.
Ou seja, os policiais, na maioria dos casos NÃO UTILIZAM O CINTO DE SEGURANÇA. Como consequência direta nós temos os seguintes dados:
Dos 58 pms que morreram FORA DE SERVIÇO no ano passado, cerca de 27 morreram vítimas de acidente de trânsito e estavam na sua maioria SEM CINTO. Há mais de 5 anos a PM apresenta essa proporção: Todos os anos, mais da METADE DOS PMs que morrem fora de serviço, morrem vítimas de ACIDENTE DE TRÂNSITO! Fato!
As estatísticas apontam que a maioria dos policias que sofreram emboscada e/ou que foram alvejados por disparos de arma de fogo, se encontravam na seguinte situação:

Viatura em deslocamento em BAIXA velocidade (até 30km/h), portanto, em velocidade de patrulhamento, em locais de difícil deslocamento (ruas estreitas, vielas, ladeiras, quebra molas) e em áreas próximas a pontos sensíveis (becos, esquinas, lajes, portas e janelas). Ou seja, a vtr estava em ronda, ou em deslocamento para atender uma ocorrência, em baixa velocidade e quando chegaram próximos de um beco, esquina e etc, os suspeitos atiraram contra a viatura atingindo o policial, saindo correndo em seguida.
As orientações que passamos diante disso são as seguintes: 

Estando o POLICIAL embarcado em viatura:
1) Os policiais ao estarem EMBARCADOS na viatura, realizando RONDA, em BAIXA VELOCIDADE e próximos a LOCAIS SENSÍVEIS, DEVERÃO ESTAR SEM O CINTO, para FACILITAR O DESEMBARQUE.

2) Os policiais, estando em DESLOCAMENTO DE URGÊNCIA, portanto, em velocidade, DEVERÃO UTILIZAR O CINTO e ao se APROXIMAR do local da ocorrência/destino (no mínimo 300 metros antes) deverão RETIRAR O CINTO DE SEGURANÇA. Desta forma, se houver um acidente DURANTE O DESLOCAMENTO, o policial não será projetado para fora da viatura (podendo se ferir gravemente ou mesmo, vir a morrer). As estatísticas apontam que a viatura de emergência tem 10 vezes mais chances de se envolver em acidentes de trânsito do que um veículo de passeio. Ou seja, as chances de óbito são muito maiores (proporcionalmente falando) em decorrência do ACIDENTE do que por disparo de arma de arma. Não adianta o policial estar carregando granada, fuzil, colete balístico e etc. Havendo um acidente de trânsito ele será projetado (irá bater com a cabeça) e não conseguirá fazer mais nada. Principalmente nas viaturas novas, que POSSUEM O AIRBAG!, que não sendo usados em conjunto com o CINTO DE SEGURANÇA poderá ser fatal ou causar graves lesões na coluna.

Estando o policial fora de serviço, ou mesmo deslocando para o serviço ou qualquer outro local, EM SEU VEÍCULO PARTICULAR:
- Com TREINAMENTO ADEQUADO, e adoção de medidas cautelares, é possível REDUZIR o tempo de liberação do CINTO DE SEGURANÇA. Desta forma, você evita ser PROJETADO PARA FORA DO VEÍCULO em caso de ACIDENTE e ainda consegue RESPONDER a eventuais ataques. No entanto, se faz necessário UMA MUDANÇA CULTURAL MUITO FORTE. TREINAMENTO E COORDENAÇÃO MOTORA. Com treinamentos diários, é possível reduzir o tempo de liberação do cinto. Além disso, o policial deverá AJUSTAR O CINTO DE SEGURANÇA DE ACORDO COM A SUA NECESSIDADE E COMPLEIÇÃO FÍSICA.
- ESTE PROCEDIMENTO DEVERÁ SER REALIZADO EM SEGURANÇA E COM PROFISSIONAL HABILITADO, E SOMENTE DEVEM SER UTILIZADOS PARA FAZER FRENTE A UMA AMEAÇA REAL.
- Antes de sair por achando que domina a técnica, TREINE. Primeiramente com o veículo parado, e repita tantas vezes sejam necessárias para o perfeito uso da técnica.
- Só execute a manobra com o carro parado, OU quando em baixa velocidade (situação extrema) e com o carro em linha RETA. Para tanto, mantenha o veículo em condições de uso, principalmente o alinhamento (o carro não trafega em linha reta, direção puxa para algum lado e volante torto). 

- Coloque óleo de máquina ou mesmo outro óleo lubrificante no dispositivo liberador do cinto de segurança. Facilitará a acionamento do dispositivo. Ajuste a altura do cinto de acordo com a sua altura. 

- Ajuste corretamente o banco (distância de acionamento dos pedais), e mantenha-se na distância recomendada pelo fabricante (30 a 40 cm. Estenda as mãos para frente e deixe os punhos alinhados com o volante).

A adoção destes procedimentos, poderá ajudar ainda mais no processo de liberação do cinto.


Cap PM Alden

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