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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Entrevista com o Presidente da Associação dos Oficiais PMBA

Na próxima sexta, 21 de fevereiro, pouco mais de dois anos após o movimento grevista que chamou a atenção do país, chega o momento do Governador Jaques Wagner (PT-BA) se manifestar a respeito das propostas remetidas a sua equipe pela comissão de modernização da Polícia Militar da Bahia, composta por associações, lideranças políticas e pelo Comando da PMBA.


 Momento histórico, pois nunca a Polícia Militar da Bahia teve a oportunidade de se debruçar tecnicamente sobre sua estrutura tendo como protagonistas aqueles que mais podem ser considerados representantes da tropa. Finalmente o Governo Wagner inicia a realizar aquilo que a massa de seus eleitores policiais em 2006 esperava: uma postura democrática e assertiva com os trabalhadores da segurança pública baiana.

 A expectativa sobre seus posicionamentos agora é grande! Não há dúvida: o resultado desse processo será um grande passo para os desdobramentos do quadro político de 2014, que no âmbito do Partido dos Trabalhadores têm o atual Secretário da Casa Civil, Rui Costa, como nome escolhido para a disputa do Governo do Estado. Pela importância desse momento, o Abordagem Policial entrevistou com exclusividade o presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar da Bahia, o Tenente-coronel PM Edmilson Tavares, que presidirá uma reunião na próxima terça, no Clube dos Oficiais da PMBA, com a presença dos oficiais da corporação. 

Confiram:

Abordagem - Na condição de Presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar da Bahia, em resumo, até agora, como o senhor pode descrever o processo de discussão da reformulação estrutural da PMBA? 

TC Edmilson - Este processo foi altamente positivo na medida em que, num momento histórico para a PMBA, representantes do Governo do Estado e do Comando da Corporação sentaram-se à mesa, sob a coordenação do Secretário de Segurança Pública, com os representantes de seis associações, envolvendo Oficiais e Praças, policiais e bombeiros, para discutir propostas visando modernizar e reestruturar a nossa quase bicentenária milícia de bravos. Foi um momento ímpar onde os nossos sentimentos, as nossas aspirações, a nossa visão sobre o que representa ser policial militar, puderam ser explicitadas e compartilhadas com todos. Todos os segmentos foram ouvidos. Foram apresentadas propostas inovadoras, audaciosas e relevantes para que a nossa Corporação possa, igualmente a outras Corporações do nosso país, dar um salto qualitativo na melhoria dos serviços prestados à comunidade baiana.

Abordagem - As associações e representações conseguiram chegar a um consenso mínimo nesse processo? 

TC Edmilson - Com certeza! Após meses de trabalho com bastante discussão e, sobretudo, compromisso com a nossa Instituição, apresentamos várias propostas consensuais. Fizemos várias pesquisas nos estatutos de outras co-irmãs e, dentro do princípio da razoabilidade, estamos sugerindo a sua aplicação na nossa Corporação. Iniciamos os trabalhos com muitos pontos de vistas divergentes, entretanto chegamos ao final com uma proposta única representando os anseios das associações participantes. Agora, o governo está analisando todas as propostas, inclusive avaliando o seu impacto financeiro, para no prazo estabelecido pelo próprio governador, que foi de 45 dias e se encerra no próximo dia 21, apresentar às associações o que poderá ser implementado. Nós queremos ajudar o Estado a vencer os desafios de reduzir significativamente os índices criminais do nosso estado. “OS OFICIAIS E PRAÇAS ESTÃO ATENTOS E AGUARDANDO ESTE MOMENTO. SÃO LONGOS ANOS DE ESPERA” 

Abordagem - Quais são as expectativas da Força Invicta em relação ao posicionamento do Governo?

TC Edmilson - Desde que ingressamos na Corporação, há mais de 30(trinta) anos vivemos reclamando das normas que nos regem. O que fizemos agora foi propor mudanças que pretendem alavancar um modelo já ultrapassado e que vige desde o regime militar. Temos uma Constituição de 1988 que revolucionou no nosso país, mas que, infelizmente, não trouxe essa evolução para a nossa PM. Apesar os avanços, a nossa essência ainda permanece a mesma. Talvez este seja o momento de encontrarmos o caminho, a direção para termos uma PM moderna, cidadã e que atenda aos reclames da nossa sociedade. Neste diapasão, acreditamos que o Governador percebeu que a nossa Corporação precisa de mudanças estruturais para produzir resultados mais positivos para a nossa sociedade. A partir do momento em que o governador criou este Grupo de Trabalho ele alimentou as nossas expectativas e, particularmente, acreditamos que estas transformações devem acontecer para o bem da nossa Instituição e, sobretudo, do povo desta terra. 

Abordagem - E a tropa, no geral – praças e oficiais? O senhor sente que está atenta ao posicionamento que será adotado pelo Governo? 

TC Edmilson - Sim; apesar do término dos trabalhos no mês de dezembro próximo passado, as Associações continuam se reunindo e mobilizadas aguardando o anúncio do governador. Os Oficiais e Praças estão atentos e aguardando este momento. Como já dissemos anteriormente, são longos anos de espera. São vários anos de expectativa e o governador Jaques Wagner, com seu gesto corajoso, proporcionou que um sonho (que já estava adormecido desde a sua eleição em 2006) voltasse com toda intensidade. A Corporação está unida em prol destas mudanças que modernizarão a Polícia Militar da Bahia e trarão resultados significativos para a sociedade do nosso estado.

 Abordagem - Qual o foco da reunião que ocorrerá na próxima terça, no Clube dos Oficiais da PMBA?

TC Edmilson - Desde que se encerraram as atividades do Grupo de Trabalho, os Oficiais e Praças têm cobrado das suas entidades representativas quais as propostas que foram finalmente apresentadas ao Governo do Estado, até porque houve também um realinhamento das propostas das Associações com a da PM. Então, decidimos dar maior transparência destas propostas, evitando especulações, especialmente a referente à política salarial da categoria, das reviravoltas que estão acontecendo nos bastidores deste processo de negociação e definição das ações e articulações a serem adotadas pela Oficialidade da PMBA, após o pronunciamento do governador, na defesa dos seus interesses. 

Abordagem - Que mensagem o senhor teria a passar para a tropa neste momento? E para o Governo? 

TC Edmilson - Pedimos à tropa, Oficiais e Praças, que deem mais um voto de confiança ao nosso governador. A partir do momento em que ele criou este Grupo de Trabalho com a missão de apresentar propostas de modernização e reestruturação da nossa Corporação, dando voz a várias associações representativas da categoria, foi dada uma demonstração inequívoca de sua percepção aos diversos avisos de que estávamos insatisfeitos com o modelo de gestão vigente da nossa Corporação e a sua real vontade de implementar as mudanças necessárias no sentido de termos uma Instituição mais valorizada, estimulada e comprometida com a segurança pública do nosso estado.

Abordagem Policial

3 comentários:

  1. Aí fica difícil! Voto de confiança?

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  2. Esperar o que de um traidor, e tem mais, essa conversa para boi dormir do representante dos Oficiais é para enganar os bestas, estrela não gosta de praça, querem mais é que os praças se explodam.

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  3. Vou dar meu voto de confiança em outubro

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