1. A atividade policial militar, mais do que qualquer outra, exige do profissional a admissão do risco da própria vida como condição de trabalho. Esta característica gera tensão e estresse próprios apenas a quem exerce este ofício. Além disso, PM’s precisam atuar com demandas psicológicas, pedagógicas e familiares das pessoas que atende nas ocorrências;
2. A Lei da GAP (Gratificação Policial Militar), que atualmente os policiais militares reivindicam o devido cumprimento, foi editada em 1997, o que significa que há 14 anos os governos baianos se recusam a cumprir integralmente o que determina a norma;
3. Sempre se ouve o discurso de que a Polícia Militar tem serviço essencial e não deve paralisar suas atividades. Correto. Mas para uma organização de tamanha importância seria coerente que seus vencimentos e condições de trabalho também recebessem tal atenção. Serviço relevante, tratamento relevante;
4. Existe a suspeita de que policiais militares cometeram ações de terrorismo durante o atual movimento. A estes, que cometeram crimes comuns (como furtos, roubos, depredação de estabelecimentos etc), não se pode conceder anistia – devem ser investigados e punidos. Àqueles que participaram dignamente do movimento, tão somente reivindicando melhorias, não podem ser punidos;
5. Nenhum trabalhador é preso por reivindicar melhorias salariais. Como exigir dos policiais humanidade e cidadania se aparentemente são tratados como semi-cidadãos e semi-humanos?;
6. O Governo Federal se manifestou afirmando que a Bahia receberia tratamento diferenciado em relação a seu movimento reivindicatório – já que diversas polícias militares vêm realizando manifestações ultimamente. Não seria mal inaugurar um Fundo Federal que contribua com o salário das PM’s, conforme estabelece a PEC 300 (proposta que cria o Piso Salarial Nacional para policiais e bombeiros);
7. Sempre foi prática dos atuais componentes e apoiadores do Governo Federal e Estadual o incentivo, participação e adesão a movimentos de reivindicação por melhores condições de trabalho. O atual momento é uma oportunidade de afirmar a bandeira histórica;
8. O Carnaval da Bahia se aproxima, e qualquer obstáculo à realização do evento trará danos políticos, econômicos e culturais à principal festa do calendário baiano;
9. Embora o Exército Brasileiro e a Força Nacional estejam atuando nas ruas da Bahia, por questões técnicas e logísticas não substituem satisfatoriamente o policiamento ordinário. Os índices de criminalidade dos últimos dias esboçam esta realidade;
10. Quem se expõe em movimentos reivindicatórios certamente não está se alimentando dos frutos podres da corrupção: quem goza das benesses da ilicitude prefere estar seguro juridicamente, escondido de olhares que gerem suspeitas a suas maldades. Por isso, a massa dos honestos trabalhadores policiais militares baianos concorda com as reivindicações.
Danillo Ferreira - Blog Abordagem Policial
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