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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Queremos respeito enquanto profissional: diz carta da PM

Aquartelados na sede do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM), os policiais militares em greve receberam neste sábado a visita de familiares depois de três dias de movimento. A comissão de greve também elaborou uma carta a sociedade explicando os detalhes que levaram a corporação entrar em greve.
O diretor da Associação de Soldados e Praças (Aspra), Edianari Almeida, disse que a mobilização não é um ato alheio e que a greve não busca rebelar-se contra a sociedade, mas pede valorização do governo parte da segurança pública. “O governador afrontou as famílias com o seu pronunciamento e daqui para diante é que a Polícia militar vai ficar mais forte e adesão está tomando o estado da Bahia como um todo”, afirmou.

Segundo Almeida, alguns atos de vandalismo que estão sendo atribuídos a policiais que querem disseminar o pânico na sociedade podem ser caracterizados com fatos isolados. “Os policiais verdadeiros estão aqui em frente ao 1º batalhão de Polícia Militar”, declarou o sindicalista.

LEIA ABAIXO A CARTA ELABORADA PELA COMISSÃO DE GREVE DA PM EM FEIRA DE SANTANA:

COMPANHEIROS, PMs!
Em 31 de janeiro de 2012 - ao clamor de milhares de policiais que lotaram o ginásio dos bancários, na cidade de Salvador - foi deflagrada a greve da Polícia Militar do Estado da Bahia. É importante lembrar que entendemos Greve como o direito de lutar pela justiça social e respeito profissional. Neste momento, tão delicado, no qual precisamos nos UNIR, parece-me que muitos não se deram conta de que estamos vivendo um período em que se configura como um dos mais importantes na história da sociedade baiana. Digo da sociedade baiana porque todas às vezes que exercemos com democracia os nossos direitos e deveres, a fim de conquistarmos a dignidade humana e o respeito profissional e pessoal estamos, sem dúvida, fazendo jus a nossa condição de sujeitos capazes de interagir no mundo e nele atuar como cidadão crítico e consciente da nossa cidadania.

Aos PMs, que ainda resistem a contribuir com o movimento ostensivamente ou parcialmente, ou seja, contribuir com este ato solidário e respeitoso para conosco, por medo ou coisas mais, não os julgamos, mas os alertamos que tal atitude caracteriza uma postura de pessoas que apenas vivem e passam no mundo sem fazer história, SEM LUTAR!

Nada retira o prazer e a emoção de saber que estamos lutando e não fazendo greve por fazer ou em prol apenas de benefícios materiais, pois acima de tudo queremos RESPEITO e VALORIZAÇÃO, já que antes de sermos policiais somos, também, cidadãos e temos direitos e não apenas deveres para com o Estado, como muitos frisam.

A propósito, estamos protestando também quanto à melhoria de condição de trabalho, visto que os pneus das viaturas, na sua grande maioria, estão carecas, armamentos obsoletos, falta de munição e treinamento, viaturas sem manutenção preventiva adequada, portanto precisamos de incorporação da GAP V ao soldo, plano de carreira, cumprimento da lei 7.145 de 1997, regulamentação do pagamento de auxílio acidente, periculosidade e insalubridade, cumprimento da lei da anistia, além da criação de uma comissão para discutir um plano de carreira e a criação do código de ética. Ah, ética! Isso tudo, direito nosso, que nos foi prometido pelo governador Wagner em outros movimentos, no qual a PM deveria estar “legal” e até hoje continua ”ilegal”.

Enfim, queremos ser respeitados enquanto pessoa e profissional, afinal acreditamos que todos têm uma maior consciência da importância e do serviço de Excelência que desenvolvemos para com a sociedade, mas infelizmente as coisas só acontecem quando os efeitos colaterais aparecem.

Agradecemos a todos, o apoio e a compreensão.



(Por Hamurabi Dias)


"Embora ninguém possa voltar atrás e
 fazer um novo começo,
qualquer um pode começar agora e
 fazer um novo fim."

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